A
Variz apresenta amanhã um verdadeiro
showcase no
Lux. Pela discoteca de Santa Apolónia irão passar o sul-africano
Portable, que assim regressa a Portugal para apresentar o seu
live act,
TAM [
live act],
Migso [
video clips],
Tra$h Converters [
dj set] e
Hana Bi [
veejay]. O pretexto para esta incursão pelo
Lux é a apresentação dos CDs
ZOOG de
Migso e
TAM de
TAM.
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Criada em 2001, a
variz.org é uma plataforma editorial residente no eixo
Porto-
Lisboa que vem desenvolvendo actividade na área cinzenta delimitada pela abstracção e pelas pistas de dança. Sendo, neste âmbito, um projecto pioneiro em Portugal. Os objectivos da editora prendem-se com a divulgação da mais recente geração de músicos e artistas do panorama
media-art em Portugal, bem como dar prioridade ao cruzamento das diversas linguagens e áreas criativas; Através da edição, produção de eventos e agenciamento de artistas. As capas são especialmente encomendadas a artistas visuais: Alexandre Estrela, Lia, Miguel Soares, Dora Sousa Santos, Hugo Oliveira, Luís Alegre, Rev Design e Miguel Sá.
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Alan Abrahams é natural da Africa do Sul e reside em Londres desde 1997, sob o nome de
Portable vem reinventando o techno de um modo profundamente original. Vem pela terceira vez a Portugal para promover o seu álbum
Version e um novo 12" a editar no final deste mês pela influente editora alemã
~Scape; casa de
Pole e
Jan Jelinek. Já editou na
Background [Alemanha], na
Context [Estados Unidos] e na sua própria editora, a
Sud Electronic [Inglaterra]. É um apreciado músico ao vivo - esteve com
Akufen no
Fabric, com
Sutekh em várias cidades dos Estados Unidos e na festa dos vinte anos da
The Wire em Paris. Sobre ele a
Wire disse:
«Quanto mais se ouve Portable mais nos arrastamos para as profundezas de um vórtice, mais difusas ficam as linhas que separam os sons reais dos samplados. As raízes de Abrahams são também teutônicas. Um paradoxo pós-colonial? Talvez Abrahams queria colocar o tecno no domínio do quarto-mundo, unindo o sul e o norte como uma inextricável solução binária de zeros e uns.» Portable é [ou melhor: está] num ponto de imponderabilidade perfeita: aborda o
house como hipótese, aplica-se com afinco nos motivos rítmicos africanos e insufla o detalhe conquistado à electrónica [
micro-sampling] alemã. A música afro-futurista de
Portable representa um equilibrio perfeito entre o cerebral e o físico, tal como as produções mais recentes de
Ricardo Villalobos - ritmo ancestral transformado na corrente modernista do
techno.
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ZOOG é o segundo registo do artista plástico
Miguel Soares, sucessor de
002 - considerado um dos melhores àlbuns de 2002 pelo suplemento
Y do jornal
Público.
Migso apresenta uma mão cheia de
clips que produziu com base na sua música.
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TAM funciona como um
alter-ego de
João Santos, produtor/
dj de música electrónica sediado no Porto. Autodidacta de formação começou por abordar as possibilidades oferecidas pela electrónica e pelo digital para concretizar as suas ideias, ou seja: construir melodias abstractas, tendo como base os sons dos instrumentos analógicos; sendo estes posteriormente retrabalhados digitalmente. Há um cariz quase cinemático nas composições, a música procura narrar algo sem recorrer às palavras, procura a paisagem, a melancolia, a dispersão. O som apresentado pode catalogar-se como
ambient, ou experimental, ou pode ser ainda entendido como uma simples canção.